O papel subalterno da gramática - Hélio Consolaro

A gramática precisa ser ensinada na escola de uma forma mais moderna, mas se você ainda não encontrou esse jeito, continue com a antiga, desde que ela não seja tratada como a soberana do ensino da língua. Ensinar gramática não é fazer o aluno decorar nomenclaturas, mas mostrar-lhe que há uma gramaticalidade para que o texto seja assim denominado. Ela é ferramenta para ler e escrever bem, do contrário, é gramatiquice. Ensino estéril.

A ortografia tem o seu valor, mas não pode desqualificar uma redação porque há alguns erros gráficos, embora o texto esteja bem organizado. A falta de coesão, coerência, a desorganização dos parágrafos são erros gravíssimos num texto. Eles devem preocupar seriamente o professor, porque o aluno, nesse caso, não consegue pensar logicamente, não sabe usar conectivos para relacionar ideias. Está produzindo um texto confuso, com partes incoerentes entre si. Ou melhor, não escreve textos.

 A conversa do professor com esse aluno sempre resolve, explicar-lhe como fazer para resolver os problemas, exigir rascunho, como revisá-lo, a importância dele. Dar para a classe exercícios estruturais, unindo períodos simples num só período composto, como usar o tópico frasal. Dar esquemas prévios de como montar o texto (ou planejar isso com a classe). Há alunos que precisam desse monitoramento, depois, voam sozinhos. 

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