Ler e escrever é cultivar a interioridade - Hélio Consolaro
Os professores leiturizadores (termo mais amplo do que alfabetizadores), incluindo o de Português, não têm a dimensão da importância de seu papel na educação.
Quando o aluno consegue ler silenciosamente e, tomara, sem subvocalizar um texto, um livro, ficar sozinho com ele, mergulhar na viagem proposta pelo autor, nota-se, com isso, o crescimento daquele em termos de leiturização!
A mesma importância existe, quando o aluno, diante de uma folha em branco consegue expressar-se produzindo um texto.
Cada técnica
ensinada, um passo aprendido.
Por isso, sempre comparo o ato de escrever ao ato de bordar, de pintar. Ninguém constrói um texto perfeito sem antes ter produzido muitas imperfeições. O aluno precisa ter paciência consigo mesmo, e o professor ser compreensivo com seu pupilo.
Se o aluno produziu dando o melhor de si, emociona-se ao entregar o texto a seu professor, que precisa tratar com muito carinho a produção do aluno.
O aluno aprende a desenvolver textos porque escreve e não porque o professor os corrige. Para um professor tradicionalista essa afirmação é uma heresia. O professor, leiturizador, desde as séries iniciais até o de Português, é um orientador e não um revisor de textos.
Ler e escrever, independente de cada estilo, é muitas vezes um exercício para cultivar a interioridade. Por esta razão, pessoas com um maior nível de leitura diferenciam-se de outras, são mais seguras para expressarem opiniões e concluírem sobre assuntos importantes que passam, muitas vezes, despercebidos ao mundo dos que pouco leem.
Não se pretende com tal afirmação generalizar o fato de que pessoas analfabetas estejam impedidas de chegar ao mundo das excelências, mas que a leitura e a escrita facilitam a caminhada, ah, isso facilita, e muito!
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