Avaliação compartilhada (avaliação em grupo) - Hélio Consolaro
Os métodos de avaliação tradicionais são classificados como: correção resolutiva (higienização do texto), indicativa ou classificatória.
A avaliação
compartilhada não se enquadra nos últimos dois tipos, é fruto de uma
postura nova do professor. O mestre sabe que mais aprende do que ensina com
aquelas crianças ou jovens, por isso na sala de aula não predomina o jogo de
gato e rato, ele procura criar um ambiente fraterno, sem abrir mão de sua
autoridade.
Assim, a avaliação
é um momento alegre, sem tensão. Não se faz drama com os erros. O rascunho da
redação é trocado entre os alunos para que a revisão seja feita por um olhar
diferente.
Passado o rascunho
a limpo, o professor recolhe as folhas, organiza a classe em grupo, faz uma
preleção dos aspectos mais importantes a serem avaliados, pede para os alunos
apontarem todos os erros, a lápis, no texto definitivo do colega, assim como as
observações do grupo. O professor põe os
critérios variáveis na lousa, ou em ficha na tela ou o aluno a tem no computador
de acordo com a proposta de redação.
Os textos classificados pelos colegas de
classe que atenderem ao aspecto estrutural, serão divididos em três grupos:
A - Ótima
B - Boa
C - Regular
Os textos
desclassificados são os que não atenderam ou apresentaram erros estruturais. Se
o autor do texto não aceitar a desclassificação dele pelo grupo avaliador, ele
deve procurá-lo para receber explicações. Se mesmo assim, permanecer o
descontentamento, será lido pelo professor. Caso a desclassificação for
confirmada, o professor chamará o autor de cada texto desclassificado para que
refaça a sua redação de acordo com a proposta. O professor só entra em ação
quando for chamado pelo aluno inconformado com a correção do grupo.
Os nomes dos componentes do grupo avaliador devem constar das fichas de avaliação. O professor, em vez de escalonar os textos classificados em A, B e C pode reduzir a classificação em duas faixas: classificados/desclassificados.
O professor pode ler silenciosamente uma redação de cada grupo, aleatoriamente. Caberá ao mediador inventar em cima do método, dependendo muito do número de alunos da classe. O método alivia o professor da correção resolutiva, mas é sempre lembrar que o objetivo principal é socializar a escrita.
Os textos “classificados” serão passados a limpo em folha, caderno especial ou arquivo do aluno computador. Como foi dito, desclassificados serão reescritos. Depois da correção do professor, serão também reescritos no portador.
Essa técnica, além de aliviar o professor do trabalho maçante e, às vezes, ineficiente, faz os alunos entrarem em contato com textos dos colegas que atenderam à mesma proposta de um jeito totalmente diferente: mais criativo, com humor, etc. Na próxima redação, com certeza, ele vai melhorar alguma coisa. Essa técnica proporciona aos alunos o contato com o material do outro, possibilitando-os verificar que, a partir de uma mesma proposta pode haver diversas formas de produção de textos, analisando-os no que foi explorado dentro da criatividade de cada um.
Computados os pontos, o professor pode expor as redações mais bem classificadas na tela ou pedir que os alunos autores leiam-na à frente para que todos ouçam o seu texto. Assim completamos o ciclo da socialização da escrita.
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