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Apresentação do criador do blog "Corrigir redação com alegria"

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Livros publicados de Hélio Consolaro   Hélio Consolaro Sou professor de Português das frentes de Gramática, Redação e Literatura do ensino médio, mas lecionei também no ensino fundamental II por muito tempo. Rede pública e particular no estado de São Paulo. Corrigindo Redações  Iniciei este método de correção compartilhada de redação por necessidade, pois não tinha tempo de fazer a correção tradicional (intervenção da caneta vermelha), mas achava um crime tirar a oportunidade de escrever semanalmente dos alunos. Saí à procura de saídas. Ainda não conhecia o construtivismo. O professor Hermínio Sargentim publicava livros didáticos, ministrava palestras pelo Brasil e eu gostava do jeitão de ele propor o trabalho. Ele editou um caderninho interessante: Metodologia do Ensino de Redação .  Antropofagicamente, me alimentei de suas ideias e passei a dar aulas de redação de um jeito gostoso. Iniciei o método de avaliação compartilhada, socializando a correção e a reescrita e me deixando co

Avaliação compartilhada (avaliação em grupo) - Hélio Consolaro

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  Os métodos de avaliação tradicionais são classificados como: correção resolutiva (higienização do texto), indicativa ou classificatória. A avaliação compartilhada não se enquadra nos últimos dois tipos, é fruto de uma postura nova do professor. O mestre sabe que mais aprende do que ensina com aquelas crianças ou jovens, por isso na sala de aula não predomina o jogo de gato e rato, ele procura criar um ambiente fraterno, sem abrir mão de sua autoridade. Assim, a avaliação é um momento alegre, sem tensão. Não se faz drama com os erros. O rascunho da redação é trocado entre os alunos para que a revisão seja feita por um olhar diferente. Passado o rascunho a limpo, o professor recolhe as folhas, organiza a classe em grupo, faz uma preleção dos aspectos mais importantes a serem avaliados, pede para os alunos apontarem todos os erros, a lápis, no texto definitivo do colega, assim como as observações do grupo.  O professor põe os critérios variáveis na lousa, ou em ficha na tela ou

Princípios básicos do método da avaliação compartilhada - Hélio Consolaro

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  1.  Não fazer drama em cima do erro do aluno, dar aquele banho de sangue no texto (correção em vermelho). O erro é uma oportunidade para que se dê o processo ensino-aprendizagem.    2. Não inibir o aluno de escrever, mesmo que erre muito. Ninguém erra voluntariamente   3. Escrever para alguém corrigir é uma situação artificial. Ninguém escreve para as gavetas. A linguagem tem uma função social.. 4. Estabelecer critérios previamente. Uma boa correção começa numa proposta de redação bem elaborada. Tais critérios devem compor a ficha de avaliação. 5. Discutir o conteúdo, mas privilegiar a forma. 6.  A importância do rascunho, por isso a necessidade de um portador, onde o texto será passado a limpo. No portador, vai a reescrita do texto avaliado. 7. Exercícios de reescrita durante as aulas: fazer com os alunos exercícios microestruturais de estruturação do período e do parágrafo. 8.    Não restringir os textos dos alunos às regras gramaticais. A obediência às regras da gram

Ler e escrever é cultivar a interioridade - Hélio Consolaro

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  Os professores leiturizadores (termo mais amplo do que alfabetizadores), incluindo o de Português, não têm a dimensão da importância de seu papel na educação. Quando o aluno consegue ler silenciosamente e, tomara, sem subvocalizar um texto, um livro, ficar sozinho com ele, mergulhar na viagem proposta pelo autor, nota-se, com isso, o crescimento daquele em termos de leiturização! A mesma importância existe, quando o aluno, diante de uma folha em branco consegue expressar-se produzindo um texto.  Cada técnica ensinada, um passo aprendido. Por isso, sempre comparo o ato de escrever ao ato de bordar, de pintar. Ninguém constrói um texto perfeito sem antes ter produzido muitas imperfeições. O aluno precisa ter paciência consigo mesmo, e o professor ser compreensivo com seu pupilo. Se o aluno produziu dando o melhor de si, emociona-se ao entregar o texto a seu professor, que precisa tratar com muito carinho a produção do aluno.   Às vezes, ao depararmos com os "pacotes"

Corrigir é dialogar - Hélio Consolaro

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  Hoje, há outros métodos para se corrigir redação de aluno, mas se numa escola particular, onde os pais pagam e exigem (às vezes, optam pela correção tradicional), se o professor de redação apontar apenas erros estruturais do texto na avaliação da redação de seu filho, que são muito mais graves do que os erros ortográficos, a reclamação é geral. Até dizem que o professor é preguiçoso. O aluno aprende a redigir se toda semana compuser um texto e tiver um professor para orientá-lo e não para devolver-lhe a folha cheia de anotações em vermelho. Essa situação escolar de escrever para alguém corrigir é artificial, pois não leva em consideração a função social do texto, por isso distribuir as redações para que os colegas as leiam traz muito mais prazer e resultado. A correção tradicional produz poucos resultados. Um exemplo bom a ser tomado são adolescentes que têm o hábito de fazer diário, por isso redigem com frequência, são melhores em redação do que os outros, apesar de ninguém corr

Professor de redação não é revisor - Hélio Consolaro

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(Continuação) Jovem corrige carta de despedida da ex como se fosse redação e dá nota D  (está em inglês, mas  é uma correção resolutiva) O revisor atua em editoras, revistas e jornais. Ele não está preocupado com o processo ensino-aprendizagem, seu objetivo é melhorar aquele texto, por isso faz intervenções, às vezes, drásticas. Essa não é a função do professor ao ler o texto de um aluno, pois sua preocupação é ensinar, conversar com o aluno, melhorar a sua redação . O aluno de nível universitário faz sua dissertação de final de curso, na graduação, mestrado ou doutorado. A pesquisa é feita sob a orientação de um professor. Quando este professor lê o texto final, aponta as imperfeições dele, pede que o próprio aluno faça a correção . Se houver muitos erros de português, o orientando procura um revisor.   Já participei de equipes de correção de redação de vestibulares. É uma situação de exame, não é uma avaliação diagnóstica. O aluno está apto ou não adentrar à universidade. Enqua

O papel subalterno da gramática - Hélio Consolaro

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A gramática precisa ser ensinada na escola de uma forma mais moderna, mas se você ainda não encontrou esse jeito, continue com a antiga, desde que ela não seja tratada como a soberana do ensino da língua. Ensinar gramática não é fazer o aluno decorar nomenclaturas, mas mostrar-lhe que há uma gramaticalidade para que o texto seja assim denominado. Ela é ferramenta para ler e escrever bem, do contrário, é gramatiquice. Ensino estéril. A ortografia tem o seu valor, mas não pode desqualificar uma redação porque há alguns erros gráficos, embora o texto esteja bem organizado. A falta de coesão, coerência, a desorganização dos parágrafos são erros gravíssimos num texto. Eles devem preocupar seriamente o professor, porque o aluno, nesse caso, não consegue pensar logicamente, não sabe usar conectivos para relacionar ideias. Está produzindo um texto confuso, com partes incoerentes entre si. Ou melhor, não escreve textos.   A conversa do professor com esse aluno sempre resolve, explicar-lhe c